Diretora do CMAEE-TGD traz reflexões sobre autismo à Câmara

Durante a 10ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Araucária, realizada nesta semana, os vereadores receberam a professora e diretora do CMAEE-TGD, Mariana Lagner, que atua há 10 anos na área do Transtorno do Espectro Autista (TEA) no município. Pedagoga e especialista em educação especial, Mariana compartilhou sua experiência à frente do centro especializado, abordando os desafios enfrentados pelas famílias e pela rede pública no atendimento às pessoas neurodivergentes.

Durante sua fala, Mariana destacou que o CMAEE-TGD — Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado - Transtorno Global do Desenvolvimento — atende atualmente cerca de 280 crianças com laudo fechado de TEA e transtorno de conduta, oferecendo atividades no contraturno escolar focadas no desenvolvimento das funções psicológicas superiores.

A diretora explicou que o autismo não é uma doença, mas um estado neurodivergente que se manifesta de forma única em cada indivíduo. Reforçou que não existe um exame específico para diagnosticar o TEA, sendo o laudo fechado por neurologistas ou psiquiatras a partir de uma avaliação multidisciplinar e contínua.

Mariana também chamou atenção para a crescente demanda de atendimentos, o que revela a necessidade urgente de ampliar a estrutura e os investimentos públicos. “Hoje, cada escola do município tem pelo menos um aluno com autismo em sala de aula. A realidade nos mostra que um único centro não é suficiente — Araucária precisaria de pelo menos três unidades como o CMAEE-TGD para atender toda a demanda”, pontuou.

Ao final de sua fala, Mariana fez um apelo por mais união entre família, escola, profissionais da saúde e o poder público, destacando que 82% dos casos de TEA vêm acompanhados de comorbidades, como transtorno do sono, bipolaridade e esquizofrenia, o que exige acompanhamento contínuo e comprometido.

A presença da diretora reforça o compromisso da Câmara de Araucária com a escuta ativa da comunidade e a promoção de debates que ampliem o olhar sobre inclusão, neurodiversidade e políticas públicas mais eficazes e humanas.